segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Rolling Stones em São Paulo

 Meus olhos não conseguem se decidir, vão do palco ao telão a cada segundo tentando se conectar às emoções do coração. O redemoinho de sentimentos é entregue ao ritmo da música, naquela noite de sábado. É um sonho sendo realizado, aqueles quatro que fizeram parte de todos os momentos da minha vida, ali, poucos metros de distância.

 É ao som de Jumpin Jack Flash que a banda faz a plateia vibrar enquanto as capas dos álbuns vão rolando em sequência no telão do palco. Keith Richards, num estiloso blazer verde bandeira, camisa em tons de azul e a descolada bandana, é o primeiro a entrar no palco que, ao tocar a guitarra, você sente cada membro do corpo vibrar no mesmo tom. Em seguida vem Ron Woods, todo no pretinho nada básico e camiseta verde, dedilhando numa facilidade típica dele mesmo. Ao mesmo tempo Charlie Watts, mostra o som das suas baquetas num amarelo comportado e sua pose de Lord inglês. Finalmente, brilhando numa jaqueta dourada e preta, Mick Jagger, aos pulos deixa a todos nós efervescentes ao redor do Estádio do Morumbi. 


 Quem não se derreteu com as performances de Mick Jagger? Foi mais encantador fazendo gracinhas em português, dizendo que estava devagar porque comeu muita coxinha. Fiquei imaginando ele pedindo para o filho ajudar na pronúncia antes do show.

 Do cigarrinho peculiar do Ron no canto da boca ao rodopios de tirar o fôlego de Mick, foi em Gimme Shelter que Sasha Allen, vocal, mostrou com maestria fazer parte de Rolling Stones. Ela deixou claro que não só (en)canta, como também sabe muito bem dançar.

 A magia do show ficou completa com a excelente organização do local. E, claro, com a abertura fantástica dos Titãs, que contagiou a todos com um rock pesado gostoso e não deixou nada a desejar, muito pelo contrário. Eles conseguiram segurar muito bem um público na pegada Rolling Stones. Foi puro rock'n'roll.

 Achei que nada seria maior do que a sensação de ver o Eddie Vedder pela primeira vez, ali naquele mesmo lugar. Três dias depois do show e eu ainda não consigo ouvir mais nada além de Stones e continuo sentindo toda aquela energia. 

Como é bom ser surpreendida! Nem a chuva conseguiu atrapalhar.

2 comentários: